O Tubo trata-se, muito provavelmente, do melhor formato de chumbada para se utilizar na pesca à bóia.
A montagem é bastante simples e basta passar o fio pelo seu interior, pois é furada em todo o seu comprimento, sendo, por isso, a escolha ideal para se pescar com a linha na vertical, tal como acontece, precisamente, na modalidade de pesca à bóia.
Por outro lado, e por se tratar de um chumbo móvel, se torna mais difícil ficar preso nos fundos marinhos e mais fácil solta-lo, quando isso acontece.
Os tamanhos que constam da foto são de 4, 10, 15 e 20gr.
PESQUEIRO ALTO
Localizado na costa norte da Ilha de Santa Maria - Açores, é onde se encontra aquele que é conhecido por Pesqueiro Alto, mar de grandes e intensas emoções, cuja designação identifica este blogue e onde a pesca é o tema de eleição.
sábado, 14 de dezembro de 2013
MANUTENÇÃO DO CARRETO DE BOBINE VERTICAL
O carreto de pesca é uma ferramenta mecânica de extrema precisão que, para além de estar sujeita a grandes esforços, é também exposto a condições adversas, pelo que exige uma regular e adequada manutenção.
Condições
requeridas:
Uma
bancada bem iluminada; Uma toalha sobre a mesma (serve para base de trabalho,
mas também para que as peças não rolem sobre a bancada e acabem por perder-se);
Uma chave de fendas adequada aos parafusos do carreto; Uma chave de anel
adequada à rosca do rotor; Um alicate de pontas; Um recipiente em alumínio; Gasóleo
(o gasóleo é excelente para lavar peças mecânicas e engrenagens); Um pincel;
Uma escova de dentes; Panos para limpeza e secagem; Spray de silicone;
Lubrificante para carretos ( o WD-40 não é lubrificante).
Manutenção Exterior
No
final de uma sessão de pesca passar o carreto por água doce corrente; Se já
está seco usar água morna; Se não está seco usar água à temperatura normal; Não
usar água em pressão ou em jacto, mas sim em forma de chuveiro; O carreto deve
estar sempre na vertical, para que a água não atinja directamente as
engrenagens sob a bobine e penetre nos mecanismos internos pelo veio ou pinhão
central; Depois de passar a água pelo carreto, retirar a bobine e passa-la novamente
por água, desta vez visando apenas a zona onde se encontra o fio alojado até se
ter a certeza que esta se encontra bem alagada,
depois sacudir, deixar secar a bobine na horizontal, para melhor escoamento da água, e passar-lhe um pano seco; Verificar se a massa existente nas
molas e nas peças móveis da bobine necessitam de substituição; Não meter água
no interior da embraiagem (Drag), mas lubrifica-la com spray ou óleo fino; Passar
um pano humedecido em silicone por todo o corpo externo do carreto.
Manutenção
Interior
Parte
1 (Manivela e platina)
Desenroscar a manivela; Desaparafusar os parafusos que seguram a platina; Feito
isto o acesso ao interior está feito e é só desmontar as engrenagens
manualmente; Recomenda-se atenção para a mola do anti-reverse. Estando o
anti-reverse activado esta encontra-se sob pressão e pode soltar-se, pelo que é
preferível desactivar o anti-reverse antes de desmontar a platina; Devem tirar-se
todas as peças móveis e mete-las dentro de um recipiente submersas em gasóleo e
lavar o interior do corpo do carreto com gasóleo, usando para isso um pincel e uma
escova de dentes; Fazer o mesmo a todas as peças; O objectivo é retirar todos
os vestígios da massa antiga; Feito isso, limpar muito bem tudo com um pano
seco; Lubrificar as peças móveis com massa lubrificante e monta-las pela ordem
inversa.
Parte
2 (Rotor)
Para se desmontar totalmente esta parte, a Parte 1 tem que estar desmontada,
porque o veio da bobine irá sair e é na parte 1 que ele se encontra fixo.
Desaparafusar o parafuso que aprisiona a rosca do rotor (alguns carretos
possuem outros não); Com a chave de anel desenroscar a rosca; Retirar o rotor;
Por baixo dele está o mecanismo que trabalha em conjunto com a asa de cesto,
através de uma mola, e a engrenagem que activa o anti-reverse, também através
de uma mola e de uma roda dentada. Isto geralmente está aparafusado por 3 ou 4
parafusos; Desaparafusa-los e retirar o mecanismo em bloco (Se se sentirem
confiantes podem desmontar esse mecanismo e ver como é, mas se não se sentirem
à vontade não o desmontem, apenas o retirem – por vezes não é necessário
proceder a essa desmontagem para retirar o veio); Colocar todas as peças móveis
no gasóleo, lavar, secar, limpar, lubrificar e montar pela ordem inversa.
É importante reter a posição das molas e como as mesmas estão montadas em
relação às peças móveis.
Parte
3 (Asa de cesto)
Ao desaparafusarem as platinas laterais do rotor, tomem cuidado para que as
molas aí existentes não se soltem inesperadamente, pois encontram-se em pressão
constante.
A platina do lado do rodízio é a mais importante e forte, porque é a que comanda
(compreendam como está montada e fixa antes de a retirarem do local).
No outro lado façam o mesmo.
O procedimento repete-se: colocar as peças móveis no gasóleo, lavar, limpar,
secar, lubrificar e montar pela ordem inversa.
Parte
4 (Rodízio)
Esta
peça é retirada desaparafusando o único parafuso que a fixa (ali não há molas,
mas façam-no com cuidado, pois possui peças pequenas – anilhas e rolamento).
Feito isto, o mesmo processo: lavar, limpar, secar, lubrificar, montar pela
ordem inversa.
Na
lubrificação do rodízio se deve usar apenas spray lubrificante ou óleo muito
fino, do tipo que é usado nas máquinas de costura.
Considerações finais
O importante a reter em todo este processo é que há partes no carreto que
trabalham sob pressão de molas, que podem “voar” quando menos se espera, dai
ser necessário desmontar tudo com cuidado, calma e método; Não se deve “afogar”
as peças em massa lubrificante; Ajuda possuir o esquema do carreto e
aconselha-se fotografar as partes antes de se passar à sua desmontagem; O
funcionamento e disposição das peças móveis nos carretos de bobine vertical é
simples e muito semelhante em todos os modelos.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
SHIMANO STRADIC CI4
O Stradic CI4, fabricado pela Shimano, veio substituir o Stradic FJ e antecede o actual Stradic CI4+.
"CI" significa Interfusão de Carbono e o "4" a quantidade de electrões existentes no átomo de carbono.
Na prática trata-se de um material composto, reforçado por fibras de carbono, que lhe dá um corpo leve, equilibrado e de extrema resistência.
Só veio com uma bobine, que é em alumínio anodizado.
Só veio com uma bobine, que é em alumínio anodizado.
A maçaneta apresenta-se num material igualmente inovador que, à semelhança do CI4, provém da tecnologia espacial, designado por EVA, derivado de Etileno-Acetato de Vinila, muito mais confortável que a madeira e o plástico.
Está preparado para o mar, sendo especialmente desenhado para trabalhar com linhas de muita sensibilidade. É detentor de uma formidável estanquidade, solidez de mecanismos, suavidade das engrenagens, elevada performance, tanto nos lançamentos como nas recolhas, e dotado de um excepcional "drag" que o torna num carreto agradável de usar.
sábado, 7 de dezembro de 2013
O ENGODO
O uso de engodo na pesca atrai mais facilmente o peixe ao pesqueiro e possibilita um maior número de capturas, mas para usa-lo é necessário proceder-se correctamente, e, isso exige algum conhecimento da parte do pescador, que passa por compreender as correntes existentes, por adequar a sua quantidade e a sua densidade, por saber coloca-lo e por usar um engodo apropriado à espécie alvo.
Na imagem se encontra retratada uma colher e um pisador. Este último, até há cerca de 10 anos, não era comum encontrar-se nas casas de artigos de pesca, pelo que o mandei fazer na altura e ainda serve, precisamente, para pisar aquilo que pretendo transformar em engodo.
sábado, 18 de maio de 2013
LÁGRIMAS COM DESTORCEDOR
Hoje optei por fazer algumas chumbadas.
Embora a minha forma me possibilite fazer exemplares de 10, 15, 25 e 35 gramas, fabriquei apenas dos três primeiros moldes.
O modelo da chumbada que fiz é conhecido por Lágrima, devido à sua forma, e nela incorporo um destorcedor simples, o que evita torções na linha aumentando assim a durabilidade da mesma.
É excelente para pescar com e sem bóia, em fundos rochosos e arenosos. Do mesmo modo oferece uma boa aerodinâmica nos lançamentos.
Por tudo isto é um dos modelos mais versáteis e utilizados na pesca.
Para além deste tipo, utilizo também o Tubo, que irei abordar no futuro.
Presentes na foto se encontra um lingote de chumbo, a forma e as chumbadas feitas de 10, 15 e 25 gramas.
Presentes na foto se encontra um lingote de chumbo, a forma e as chumbadas feitas de 10, 15 e 25 gramas.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
O CARRETO DE PESCA
O carreto de pesca é uma peça de extrema importância e deve formar com a cana um conjunto equilibrado, cómodo, funcional e resistente.
O que mais se adequa à pesca de bóia é o carreto de bobine vertical, porque permite a realização de bons lançamentos e recolhas, um excelente controlo da linha, evita fios emaranhados e facilita a troca de bobines, i.e., linhas de diâmetro diferente.
Interessa que o carreto seja bem construído e sólido, que realize lançamentos e recolhas suaves, sem fricções ou folgas, em esforço ou não, e proporcione uma regulação precisa e segura da embraiagem.
Um carreto pequeno não é necessariamente mais fraco ou menos resistente do que um de maiores dimensões. Na verdade o que diferencia um do outro é a capacidade da bobine e a recuperação da linha.
A recolha do fio nos é cedida através da seguinte expressão, por ex: 5:1, significa isto que uma volta completa da manivela, corresponde a 5 voltas da asa-de-cesto.
Um carreto pequeno não é necessariamente mais fraco ou menos resistente do que um de maiores dimensões. Na verdade o que diferencia um do outro é a capacidade da bobine e a recuperação da linha.
A recolha do fio nos é cedida através da seguinte expressão, por ex: 5:1, significa isto que uma volta completa da manivela, corresponde a 5 voltas da asa-de-cesto.
No final de um dia de pesca, deve o carreto ser alvo de uma limpeza e lubrificação de acordo com as indicações do fabricante e da necessidade do equipamento. Este será um tema a desenvolver noutra altura.
Os carretos aqui retratados são originais, alguns extremamente raros e estão totalmente operacionais fruto de uma atenção e manutenção adequadas ao longo de 30 anos. São eles: Abu Garcia Suverän S2000M (fabricado na Suécia), Daiwa BG13, Daiwa SS1 (fabricados no Japão), DAM SLS1 (fabricado na Alemanha Ocidental), Shimano KX-I, Shimano Z-I (Fabricados no Japão), Ryobi MX10 (Fabricado no Japão), Zebco 5010, Zebco 6010 (Fabricados no Japão).
A título de curiosidade o Suverän é considerado o melhor carreto de todos os tempos.
Os carretos aqui retratados são originais, alguns extremamente raros e estão totalmente operacionais fruto de uma atenção e manutenção adequadas ao longo de 30 anos. São eles: Abu Garcia Suverän S2000M (fabricado na Suécia), Daiwa BG13, Daiwa SS1 (fabricados no Japão), DAM SLS1 (fabricado na Alemanha Ocidental), Shimano KX-I, Shimano Z-I (Fabricados no Japão), Ryobi MX10 (Fabricado no Japão), Zebco 5010, Zebco 6010 (Fabricados no Japão).
A título de curiosidade o Suverän é considerado o melhor carreto de todos os tempos.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
CANA PARA PESCA À BÓIA
Os modelos mais utilizados na pesca à bóia são as canas
telescópicas construídas em carbono, por serem duradouras, de fácil transporte,
utilização e arrumação.
Uma cana é considerada boa para pescar à bóia quando é leve,
resistente, sem ser demasiado pesada e
rígida ou demasiado leve e flexível.
É necessário ter atenção à acção da cana, que é transmitida em gramas e esse valor deve ser respeitado.
É necessário ter atenção à acção da cana, que é transmitida em gramas e esse valor deve ser respeitado.
Para além de ser equilibrada, a cana deve possuir um
comprimento entre os 5 e os 7 metros, um porta carretos seguro e forte de
patilha, passadores que permitam facilmente a passagem da linha, sem atritos e que sejam
resistentes ao uso, ao esforço e à erosão provocada pelo mar e pelo ar salgado.
As canas aqui retratadas são a Power X, de 5m, da Hiro, e a Black Float, de 6m, da NBS.
As canas aqui retratadas são a Power X, de 5m, da Hiro, e a Black Float, de 6m, da NBS.
quinta-feira, 21 de março de 2013
ALCOFA DO PESCADOR
Quanto maior for a qualidade dos apetrechos empregues na
pesca, decerto que mais elevada será a satisfação do utilizador e mais alta será a
possibilidade de sucesso, porém não será disso que falaremos, pelo que, por agora nomearemos somente as ferramentas que deverão
fazer parte da alcofa do pescador de bóia, deixando para mais tarde a descrição
de cada uma delas.
Assim sendo indicaremos o seguinte equipamento: cana,
carreto, linha, bóia, anzol, destorcedor, chumbada, alicate, xalavar, caixa, desembuchador, faca, pedra de amolar, flutuadores,
amortecedores, lanterna, balde, cabo, pisador, concha para o engodo e saco.
Acresce dizer a tudo isto que a eventual qualidade dos artigos acima referidos não fará fé das potencialidades do pescador nem da quantidade das capturas.
segunda-feira, 18 de março de 2013
AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTOS
Uma das formas mais produtivas de evolução pessoal é buscar e adquirir o melhor conhecimento possível.
Isso poderá ser realizado através da literatura e dos diversos trabalhos publicados para o efeito, daí ter escolhido os dois que ilustram este artigo. Apesar de poderem parecer desactualizados permanecem adequados para quem procura iniciar-se na pesca desportiva ou desenvolver os conhecimentos já adquiridos. A internet também é uma fonte riquíssima, muito acessível e de imensa utilidade, se dela se souber o que procurar e se possuir capacidade para analisar qualitativamente a informação disponibilizada.
Dos apresentados, o primeiro é um DVD, realizado e produzido por Pedro Vieira e Vítor Bragança, em 2005, intitulado PESCA À BÓIA COM LUÍS BATALHA, editado por www.pescaemportugal.com. Já o segundo se trata de um livro, da autoria de Pedro Alves, e data de 1999, com o título A PESCA DA COSTA TÉCNICAS E SEGREDOS, da Editorial Caminho.
Acredito serem os melhores exemplos nacionais do que se poderá encontrar em Portugal sobre a pesca desportiva e a pesca à bóia em particular, pelo que a informação que farei discorrer neste blogue terá como base o conteúdo desses dois trabalhos.
domingo, 17 de março de 2013
AS LINHAS COM QUE NOS COSEMOS
Ao iniciarmos o tema da
pesca desportiva e para que a possamos praticar dentro das normas, necessitamos de
tomar conhecimento das regras que a orientam e condicionam.
Nos Açores encontram-se as mesmas insertas no Decreto Legislativo Regional n.º 9/2007/A, de 19 de Abril, conhecido por Regime Jurídico da Pesca Lúdica nas Águas dos Açores, e também nos regemos através do Decreto Regulamentar Regional n.º 14/93/A, de 31 de Julho, quanto à exploração da lapa, como pelas Portarias n.º 63/89, de 29 de Agosto, e n.º 23/92, de 14 de Maio, com as alterações da Portaria n.º 27/2001, de 15 de Janeiro, relativamente à apanha da amêijoa, e pela Portaria n.º 27/2001, de 15 de Janeiro, no que diz respeito ao polvo, enquanto que a exploração dos crustáceos costeiros dos Açores é regulamentada pela Portaria n.º 19/83, de 5 de Maio, relativamente à lagosta, à santola e ao cavaco.
Em suma, não basta conhecer a letra da lei, pelo que os seus preceitos e objectivos de nada nos servirão se não forem praticados.
Em suma, não basta conhecer a letra da lei, pelo que os seus preceitos e objectivos de nada nos servirão se não forem praticados.
terça-feira, 12 de março de 2013
PESQUEIRO ALTO
A pesca é uma actividade que a humanidade pratica desde os primórdios, pelo que seria despropositado da minha parte vir para aqui me arvorar em mestre pescador ou falar de técnicas e segredos.
Não tenho esse objectivo e muito menos proporcionar uma fonte de informação privilegiada e impessoal a quem me possa ler.
Que se desengane aquele que pensa ser este um local de vangloria ou de exposição de troféus, também não é isso que pretendo.
Não tenho esse objectivo e muito menos proporcionar uma fonte de informação privilegiada e impessoal a quem me possa ler.
Que se desengane aquele que pensa ser este um local de vangloria ou de exposição de troféus, também não é isso que pretendo.
Possuo um gosto especial pelo mar e pela pesca desportiva, sobretudo nas vertentes de bóia, jigging e spinning.
Dentro das mais variadas actividades que podem ser desenvolvidas no mar, a piscatória destaca-se e assume um papel relevante na economia familiar, pelo que a culinária será mais um dos temas a desenvolver neste pesqueiro virtual.
Preocupa-me a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade das diferentes espécies.
Apesar de não almejar formar ninguém nestes domínios, gostaria - sim - de proporcionar as bases para que alguém considere alterar os seus comportamentos e pondere fazer-se um melhor utilizador do mar.